Paciente com deficiência motora
Postado em: 09/05/2020
Cuidando de quem amamos.
Quem cuida de alguém com limitação deficiência motora, sabe o que isso quer dizer. De forma geral, elas podem ocorrer por vários motivos e se apresentar de diversas maneiras. Neste texto vamos abordar as limitações motoras decorrente de lesões no cérebro.
Lesões no sistema nervoso central (SNC, no qual incluímos o cérebro) podem ocorrer em qualquer etapa da vida de uma pessoa; no período de recém-nascido e até os 2 anos são denominadas paralisia cerebral, dos 2 anos até a adolescência de LEIA (lesão encefálica da infância adquirida) e na vida adulta de LEA (lesão encefálica adquirida). Tais lesões podem decorrer por: malformações no SNC, infecções gestacionais, sofrimento fetal, por um trauma encefálico, hipóxia cerebral (falta de oxigênio ao cérebro), derrame (AVC), Parkison, dentre outros. O que todos têm em comum? É a lesão no Sistema Nervoso Central, não progressiva e que normalmente leva a uma limitação dos movimentos que podem acometer membros, tronco, bacia e cabeça em vários graus.
Na tentativa de facilitar o manejo destes casos, costumamos classificar essas limitações da seguinte forma:
- Topográfica, determinando os membros acometidos. Diplegico (membros inferiores), hemiplegico (metade do corpo) e tetraplégico (todos os membros);
- Fisiológico, determinando o tipo de paralisia que o paciente possui. Espástico (aumento dos tônus muscular e mais comum), flácido (diminuição dos tônus muscular) e discinético (movimentos incoordenados);
- Funcional, em que determinamos a capacidade de locomoção.
Quando determinamos o padrão de deficiência do paciente, o tratamento se torna mais exclusivo e eficiente. E vale ressaltar a importância da abordagem multiprofissional nestes casos, envolvendo vários profissionais de saúde. Terapias conduzidas por especialistas como terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas e fonoaudiólogos são essenciais para a reabilitação.
Quanto ao ortopedista as opções de tratamento são diversas, e incluem a indicação de órteses, o uso de toxina botulínica e fenol para aliviar a espasticidade muscular, além das abordagens cirúrgicas. O intuito é evitar a progressão de uma deformidade, facilitar a marcha e transferências, facilitar a higiene ou melhorar alguma atividade de vida diária. Afinal, “cuidando de quem amamos, cuidamos de nós mesmos”.
Dr Cássio Luis Ferreira Júnior