Fratura do tornozelo: tempo de recuperação
Postado em: 19/06/2024
O tornozelo é a articulação que fica entre o pé e a perna. Basicamente, ele é composto por três ossos: a tíbia, a fíbula e o tálus.
Dentre os principais movimentos realizados pelo tornozelo estão a flexão (mover o pé para baixo) e a dorsiflexão (mover o pé para cima).
A incidência das fraturas do tornozelo é de aproximadamente 187 fraturas por 100.000 pessoas por ano. E destas, 66% são unimaleolares (apenas um maléolo foi quebrado), com predominância em mulheres idosas.
Como ocorre a fratura do tornozelo?
Basicamente, são dois mecanismos principais:
- Torcional: conhecido como torção, como ocorre comumente ao pisar num buraco ou ao desequilibrar de um sapato de salto alto.
- Compressão Axial: ocorre nas quedas de altura em que o paciente cai de pé.
As fraturas por compressão axial são mais comuns em homens jovens (35 a 40 anos) e estão muito associadas a acidentes de trânsito e quedas de altura. Já a torção é mais frequente em mulheres mais velhas.
Os principais sinais e sintomas de fratura no tornozelo são: dor, edema (inchaço) e deformidade do tornozelo, além de incapacidade de apoiar o peso do corpo. A presença de bolhas e a exposição óssea (fratura exposta) também podem estar presentes e necessitam de maiores cuidados.
As fraturas do tornozelo diferem entre si em termos de gravidade. Dentre os principais parâmetros estão:
- Fraturas expostas ou grave lesão de partes moles (pele, músculos, ligamentos, tendões etc);
- Presença de edema importante, de bolhas ou luxação (quando ocorre a perna “desencaixa” do pé);
- Lesões associadas (vascular, nervosa etc);
- Padrão da fratura (geralmente, devido ao mecanismo, as fraturas por compressão axial tendem a ser mais graves).
Recuperação da fratura de tornozelo
O tratamento da fratura de tornozelo pode ser de duas formas: conservador ou cirúrgico. A escolha do tipo de tratamento vai depender principalmente da gravidade.
O tratamento conservador geralmente é indicado em fraturas com pouco desvio, estáveis, fechadas, de baixa energia, isoladas e sem lesões associadas. Ele consiste basicamente no uso de imobilizações (em torno de quatro a seis semanas) e restrições de carga. O tempo de imobilização depende muito do tipo de fratura.
Já o tratamento cirúrgico é indicado nas fraturas expostas, nas fechadas de alta energia e em muitas por compressão axial. O fixador externo é uma conduta bastante útil no tratamento inicial e, depois de melhora das condições locais, o tratamento definitivo é realizado, com uso de placas e parafusos.
Logo após a cirurgia, o paciente já inicia a reabilitação fisioterápica. Em fraturas por compressão axial, é aconselhável a restrição completa de carga por 12 a 16 semanas, seguida por progressão para carga total. Contudo, o retorno às atividades é muito variável, podendo ocorrer em seis meses ou até mais de um ano, nos casos graves.
Já nas fraturas mais simples, o retorno geralmente é mais rápido, em torno de quatro a seis meses. Nesses casos, o paciente já consegue apoiar o membro em duas a três semanas.
Fato é que não é possível padronizar a recuperação, o retorno às atividades normais vai depender de muitas variáveis, principalmente da gravidade da fratura.
Artigo escrito pelo Dr. Marcos Evandro Haga